quarta-feira, 8 de maio de 2013

Resenha do filme Somos tão jovens

Nesse período em que o Flamengo não tem jogado, aproveitei para ir ao cinema. Fui ver o filme Somos tão jovens. Sempre fui fã da Legião Urbana e fiquei emocionada com o filme que retrata a juventude de Renato Russo e a formação de bandas importantes no Rock Nacional como o Legião Urbana e o Capital Inicial em Brasília.
Thiago Mendonça encarnou bem o jeito e a personalidade contestadora e conturbada de Renato Russo. É legal ver a formação do Aborto Elétrico, banda punk formada por Renato , Andre Pretorius e Fê e Flávio Lemos. Esses dois últimos se tornariam mais tarde membros do Capital Inicial. São dessa época canções como ''Fátima'', ''Que pais é esse'', ''Química'' e ''Veraneio Vascaína''. O filme mostra também a época em que Renato se apresentava sozinho como trovador solitário  após o fim do Aborto e compôs clássicos como  ''Faroeste Caboclo'', ''Eduardo e Monica'' e ''Eu sei''. O filme também mostra o Renato professor de inglês e fã de Bob Dylan, punk rock, apaixonado por cinema e literatura. Claro que para ser um grande compositor Renato teve que ler muito. O filme  só cita Russeau e Bertrand Russell como autores lidos por Renato. Sei também que Renato gostava de Pessoa e tenho curiosidade de saber quais eram os outros escritores que o líder do Legião também apreciava. Pena que o filme não entra muito em detalhe  nesse ponto da leitura e foca mais nas influências musicais de Renato como o punk rock e John Lennon. O filme também mostra as angustias de Renato , mas sem que o clima do filme seja triste.
O filme é um prato cheio para quem gosta de rock nacional dos 80 porque nele além dos integrantes do Legião e do Capital também aparecem Herbert Vianna e os membros da banda brasiliense Plebe Rude. O filme retrata o ambiente rebelde da juventude brasiliense nos anos 70 e 80. Eu já sabia da relação entre Legião e Capital Inicial e também fiquei feliz em ver a amizade entre Renato e Herbert Viana, que mais tarde fundaria os Paralamas do Sucesso.
Thiago Mendonça interpretou muito bem o papel de Renato na juventude, retratando muito bem a personalidade forte, rebelde ,depressiva e angustiada de Renato e aprendeu a tocar e cantar as canções de Renato. Parabenizo-o pela interpretação, mas acho que a voz original de Renato poderia ter aparecido em alguma das canções.
É muito emocionante ver na tela a formação desse grande poeta do rock brasileiro e do ambiente de rebeldia do nascimento de grandes bandas do Rock Brasileiro em Brasilia. É bom ver em detalhes a origem da Legião e do Capital e entender melhor como tudo começou, proposta muito bem realizada neste filme. Fiquei com o gosto de quero mais e com vontade de ouvir Legião. Seria muito legal ver um documentário ou filme sobre a trajetória da Legião. Quem sabe isso não rola no futuro? Até lá, como dizia Renato Russo, ''Força Sempre''.

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