quinta-feira, 15 de maio de 2014

Aulas particulares de português e inglês

Dou aulas de português (redação, gramática e interpretação de texto) e inglês (gramática, interpretação de texto e conversação) . Aulas por e-mail ou na minha casa no bairro da Tijuca no Rio. R$ 50 por hora de aula. Contato: rechrisb@gmail.com

terça-feira, 13 de maio de 2014

Homenagem a Cláudio Adão


Cláudio Adalberto Adão nasceu no dia 2/7/1955 em Volta Redonda. Artilheiro nato e ótimo finalizador, Cláudio Adão iniciou a carreira no Santos em 1972 chegando a jogar com Pelé. Cláudio Adão marcou 83 gols em 153 partidas defendendo o Manto Sagrado em duas passagens pelo Flamengo: a primeira mais marcante entre 1977 e 1980 e a segunda durante o Campeonato Carioca de 1983.

Cláudio Adão estreou pelo Mengão em 1977 em um Fla-Flu em que o Flamengo venceu por 2 a 1 com dois gols de Tita. Em outro Fla-Flu no mesmo ano o camisa 9 marcou dois gols — sendo o segundo um golaço no ângulo — e o Mengão venceu o Tricolor por 2 a 0.

Cláudio Adão foi fundamental para a conquista do terceiro tricampeonato carioca da história rubro-negra (1978-1979 Especial e 1979) formando ótima parceria com Zico. Na estreia do Campeonato Carioca de 1978, o Flamengo goleou o São Cristovão por 6 a 0 com dois gols de Zico, dois gols de Adão, um de Cléber e outro de Adílio. Na partida seguinte, o Mengão venceu o Campo Grande por 5 a 0. Adão marcou três gols, sendo dois de cabeça, valendo destacar a linda jogada de Zico no segundo gol de Adão. Zico e Júnior completaram o placar. Adão também fez dois gols na vitória por 2 a 1 sobre o Madureira, recebendo passe de Zico no segundo gol. No jogo seguinte, o Flamengo venceu o Bangu por 3 a 0 com um gol de Adão e dois de Zico. Adão fez gols com passes de Zico nos empates em 2 a 2 com o América e em 1 a 1 com o Botafogo . Na goleada de 5 a 2 no jogo contra o Campo Grande, Zico fez três gols, Adão marcou de meia bicicleta e Adílio completou o placar. No Campeonato Carioca do mesmo ano, o Flamengo derrotou o Flu por 4 a 0. Em jogada envolvente, Adílio, Zico e Tita tocaram a bola como só os grandes craques fazem. Zico e Cláudio Adão tabelaram e o eterno camisa 10 da Gávea marcou o primeiro. Carpegiani tocou para Zico, que deu passe para Cláudio Adão fazer o segundo. Toninho deu passe para Zico, que pegou de primeira e marcou o terceiro gol rubro negro com muita categoria. Tita, Carpegiani e Toninho trocaram passes e Cláudio Adão marcou mais um e decretou a goleada. O Flamengo goleou ainda a Portuguesa por 9 a 0 (com dois gols de Adão, três de Marcinho, dois gols de Zico, um de Cleber e outro de Júnior) e decidiu o título contra o Vasco. Na final contra o Vasco, Zico bateu o escanteio com perfeição e Rondinelli cabeceou com força para a rede cruzmaltina aos 42 minutos do segundo tempo. Zico, Adão e Dinamite dividiram a artilharia da competição com 19 gols cada um. Começava o período mais glorioso da história do Flamengo.

Houve dois campeonatos cariocas em 1979 e, em fase espetacular, o Mengão venceu ambas as competições.

Na primeira, chamada de Campeonato Carioca Especial, Zico deu show e Cláudio Adão fez o primeiro na vitória por 2 a 0 contra o Volta Redonda (Reinaldo marcou o outro gol rubro-negro ) e marcou no empate em 1 a 1 no Fla-Flu . O Flamengo empatou com o Botafogo em 2 a 2 na final do Campeonato Especial com dois golaços de Zico, artilheiro da competição com 26 gols.

Vale destacar ainda que em abril de 1979, houve um amistoso entre Flamengo e Atlético-MG em que Pelé vestiu a camisa 10 rubro-negra no primeiro tempo e Zico jogou com a camisa 9. O Flamengo venceu por 5 a 1 com três gols de Zico (um de pênalti e dois golaços), um de Luisinho e outro de Adão, que recebeu lançamento de Júnior e marcou belo gol fechando a goleada.

No segundo Campeonato Estadual daquele ano, vale destacar os gols de Cláudio Adão na vitória por 3 a 0 contra o Olaria, na goleada de 5 a 0 contra o Bonsucesso (dois gols de Zico, um de Cláudio Adão, um Tita, um de Adílio) e no empate em 1 a 1 contra o Vasco. Mesmo desfalcado do Galinho de Quintino, que marcou 34 gols em 25 partidas naquele ano apesar de não ter jogado o terceiro turno, o Flamengo venceu o Vasco por 3 a 2 , dois gols de Tita e um contra de Ivan, e empatou com o Botafogo em 0 a 0, sendo tricampeão carioca com uma rodada de antecedência. Entre 1978 e 1979, o Flamengo ficou 52 jogos invicto.

Depois de deixar o Flamengo em 1980, Cláudio Adão jogou no Botafogo, Fluminense, Vasco, Portuguesa, Corinthians, Bangu, Bahia, Cruzeiro, Campo Grande, Ceará, Santa Cruz, Volta Redonda, Rio Branco -ES e Desportiva Capixaba. Adão também foi campeão carioca pelo Fluminense (1980), Vasco (1982) e Botafogo (1989) e artilheiro do campeonato carioca em 1980.

Depois de pendurar as chuteiras em 1996, Cláudio Adão jogou na Seleção Brasileira de Beach Soccer e no time de Masters do Flamengo. Em 1997, Adão iniciou a carreira de treinador e comandou o time de sua cidade natal em 2006 e atualmente é técnico do Mixto.

Obrigada por tudo que você fez pelo Flamengo, Cláudio Adão!

Fontes:

Vaz, Arturo e Júnior, Celso. Acima de tudo rubro-negro: a história do C. R Flamengo. Rio de Janeiro: Paju Editora, 2008, pp. 188-199.






https://www.youtube.com/watch?v=ksBPKcAyjZE

 

 

 

sábado, 3 de maio de 2014

Resenha de O professor, de Cristovão Tezza (Editora Record)

Em O professor, novo romance de Cristóvão Tezza, Heliseu, um renomado professor de gramática histórica relembra sua vida no dia em que vai receber uma homenagem na universidade em que leciona.
Mas a construção do romance não é a de uma narrativa em primeira pessoa convencional e linear: é em meio às lembranças do professor Heliseu que o leitor vai montando o quebra cabeça da narrativa e reconstruindo a trajetória e a personalidade do protagonista: a relação com o pai austero, a morte da mãe, o casamento com a bancária Mônica, a relação conturbada com o filho Eduardo, o relacionamento com a bela e misteriosa Therèze.
Nesse jogo entre passado e presente, Tezza dialoga com a historia do Brasil  e lança também mão de trechos de um português arcaico dando um sabor diferente ao romance.
Além disso, o tom da narrativa não é confessional  e deixa alguns mistérios na cabeça do leitor: o não dito ganha espaço não só na tese de Theréze, que trata da ironia e do não dito no português falado no Brasil, mas também no próprio discurso de Heliseu. Não me aprofundo nessa questão para não estragar a surpresa do leitor do meu blog.
Com essa linguagem e discurso memorialístico mais complexo, Tezza retoma o tema do conflito entre pai e filho existente em O filho eterno de modo mais cortante e cínico com menos espaço para a tolerância. Se no romance de 2007 há redenção na relação entre o pai e o filho com Síndrome de Down , na narrativa mais recente o conflito em família atravessa gerações, sendo discutidos no livro do escritor tema do homossexualismo e do casamento de uma perspectiva mais opressora.

O jogo da memória e de linguagens tecido por Tezza torna o romance atraente para o leitor que busca ter o prazer de montar a narrativa e ver com novo olhar a história e a língua portuguesa repensando os meandros e os mistérios da língua, do tempo e da natureza humana.