segunda-feira, 14 de abril de 2014

Resenha do livro Simplesmente Zico, de Priscila Ulbrich (Editora Contexto)

           O livro Simplesmente Zico, de Priscila Ulbrich do blog Donas da Bola reúne depoimentos sobre Zico. Ex-jogadores de futebol, treinadores, locutores, atletas de outros esportes como vôlei, basquete e remo, artistas, músicos, jornalistas e torcedores escreveram textos homenageando o maior jogador da história do Mengão e confirmaram o que eu já sabia: Zico é unanimidade tanto pelo talento dentro de campo quanto pelas atitudes fora dele. Rubro-negros ou não, todos elogiam o grande gênio da bola e a humildade e o caráter de Zico.
            Fiquei emocionada ao ler os depoimentos de grandes ídolos do Flamengo e companheiros do Galinho no Mengão como Adílio, Junior, Nunes, Rondinelli, Raul e Vitor, cada um me revelando uma jogada ou detalhe da vida de Zico que eu desconhecia ou de que não me recordava.
            Me identifiquei com a paixão e a emoção de torcedores do Flamengo e de outros times rivais como Vasco, Flu, Grêmio, Bahia, São Paulo, Atlético-MG e até do Fenerbahçe ao falarem de Zico e sonharem encontrá-lo pessoalmente, prova de que a admiração por um grande ídolo está acima da rivalidade clubística e não tem fronteiras. Só mesmo Zico e a magia do futebol são capazes de tal proeza.

            Jornalistas, treinadores e ídolos do futebol como Tarafel, Falcão, Roberto Dinamite, do vôlei como Nalbert, Virna e Carlão e do basquete como Oscar e Paula também deixam depoimentos de muito respeito, amizade e admiração pelo Galinho nas páginas do livro, revelando as várias facetas do eterno camisa 10 da Gávea: craque, amigo, treinador, atleta exemplar e o homem generoso capaz de dar autógrafos aos fãs com paciência e carinho. Um golaço em homenagem a Zico. Parabenizo a Patrícia Ulbrich e o blog Donas da Bola pela iniciativa de referenciar nosso grande camisa 10 e a Editora Contexto por publicar este livro. Parabéns e muito obrigada por tudo, Zicão. 

domingo, 13 de abril de 2014

Mengão Campeão Carioca 2014

Depois de empatar com o Vasco em 1 a 1 na primeira partida da final (gol de Rodrigo para o vice e golaço de fora da área de Paulinho para o Flamengo), o Mengão conquistou o 33º título do Campeonato Carioca após novo empate em 1 a 1 na grande final contra os cruzmaltinos.
 Se o primeiro tempo não foi tão disputado como no primeiro jogo , já que o Vasco tentava atacar, mas o time rubro-negro não foi tão ofensivo como de costume por ter a vantagem do empate, no fim do segundo tempo não faltou emoção. O zagueiro Chicão do Flamengo foi expulso junto com André Rocha do Vasco e Jayme colocou  Erazo em campo. O zagueiro equatoriano fez pênalti em Pedro Ken e Douglas bateu abrindo o placar para os cruzmaltinos aos 30 minutos. Aos 45 minutos, Léo Moura cobrou escanteio e Wallace cabeceou para o gol, a bola bateu no travessão, Márcio Araújo empatou o jogo e garantiu o título rubro-negro mesmo em impedimento. Não importa. Ganhei meu presente de aniversário hoje e toda a Nação comemora mais um campeonato contra o eterno vice carioca. É CAMPEÃO!
Valeu , Mengão!! Agora é se preparar para a estreia no Brasileiro contra o Goiás no domingo de Páscoa e para a disputa da Copa do Brasil.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Nélida Piñon: a voz que narra no escuro

A palestra sobre a criação literária dada pela escritora Nélida Piñon  hoje na ABL e transmitida ao vivo pelo site da Academia foi muito interessante. A escritora carioca fez uma  instigante reflexão sobre a literatura, o trabalho do escritor e questões ligadas à escrita ficcional. O que faz alguém ser escritor? Como se constroem as personagens?
Nélida iniciou a fala ressaltando a importância do escritor (re)pensar seu próprio fazer literário. Nélida tratou da paixão pela literatura ,  pela ''aventura de ler e escrever '' que a fez ser escritora e do desejo que o escritor tem de narrar a vida do outro no meio do caos da vida e da literatura. À primeira vista pode-se considerar estranha essa noção de caos da vida e da literatura. Mas é só pensar em livros de escritores como Clarice, Autran Dourado e Dostoiévski e mesmo Shakespeare e Machado para ver que os grandes livros são os que tiram o leitor do chão, o fazem repensar a vida e o mundo além de causar uma emoção seja ela de riso, dor , raiva ou perplexidade. 
Nélida também  destacou a paixão pela tradição clássica, a importância que a leitura tem na vida do escritor. A autora de Vozes no deserto tocou em  pontos vitais : os clássicos da literatura podem ser lidos por leitores de diferentes épocas e culturas, são universais e  ninguém escreve sem levar em conta a tradição literária.  Cada leitor e escritor dá sua própria contribuição à interpretação do texto literário e cada autor cria uma nova versão da realidade. O jogo fascinante da intertextualidade garante a perenidade da literatura. 
A escritora carioca também tratou da importância do trabalho do escritor com  a linguagem para escapar da banalidade da trama das narrativas e torná-las interessantes e fazendo-as ganhar um caráter literário.  Realmente não vejo graça em ler um livro puramente comercial que não mexa com as convenções da língua e da própria teoria literária e não traga nada de novo .
A construção da personagem foi outra questão abordada por Nélida. É muito interessante a ideia de que um personagem é a soma de traços de várias pessoas, o que também explica a universalidade da literatura.  
É a paixão do leitor- escritor em narrar a vida do outro , reler ativamente a tradição literária, transformar a linguagem para construir um novo mundo povoado por personagens universais e de deixar marcas no mundo que o faz escrever e mantém acesa a chama da literatura.