sexta-feira, 29 de março de 2013

Comentários sobre Flamengo X Bangu

Fiquei aliviada com a vitória do Flamengo por 2 a 1 no jogo contra o Bangu.
O Mengão levou o gol logo no início do jogo em falha da defesa.
Fiquei tensa com os gols perdidos. Que azar o Gabriel ter desperdiçado uma chance tão clara de gol no primeiro tempo!
Mas ainda bem que o Rodolfo chutou de longe e fez um golaço empatando o jogo! E no final, João Paulo bateu a falta e a bola desviou na cabeça do jogador Yves e entrou,  dando a vitória ao Flamengo! Ufa! A vitória mantém o Flamengo vivo na briga por uma vaga na semifinal da Taça Rio.
Mas o time ainda precisa melhorar muito na defesa e na criação de jogadas. Cléber Santana e Carlos Eduardo não jogaram bem. Talvez fosse legal o Jorginho dar uma chance ao Adryan e o Rafinha precisa se movimentar mais. Não gosto do Alex Silva, que me parece atrapalhado e fora de ritmo. Espero que o Flamengo consiga jogar melhor contra o Audax e dê um presente de Páscoa para a Nação!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Resenha sobre Tenda dos milagres


Acabei de ler o romance Tenda dos milagres, de Jorge Amado. Nesta narrativa, Jorge Amado discute temas como a miscigenação racial, a intolerância racial e religiosa e exalta a cultura popular.
Pedro Archanjo, o protagonista do romance, é “um mulato, pobre. paisano”, poliglota e capoeira, pesquisador da cultura e das famílias baianas e mostra em um de seus livros que a sociedade brasileira é mestiça e funda com seu amigo, Lídio Corro, riscador de milagres e tipógrafo, a tenda dos milagres, centro do saber e da cultura popular baiana em Salvador.
O autor baiano constrói a narrativa em dois planos distintos.
No primeiro, é narrada em flashback a vida de Pedro Archanjo, seus vários amores, filhos e amigos, retratando um mundo vivo de capoeiras, tipógrafos e mães de santo e prostitutas nas primeiras quatro décadas do século XX.
No outro plano, em 1968, 25 anos depois da morte do protagonista, motivadas pela vinda do etnólogo americano Levenson ao Brasil para estudar a vida de Archanjo a imprensa baiana e a universidade ironicamente resolvem comemorar o centenário de nascimento do protagonista, ora exaltando, ora distorcendo  a figura do herói da narrativa.
Esse intricado jogo de tempo e espaço construído por Amado revela sua habilidade como romancista.
Além disso, nesse romance Amado denuncia a intolerância racial e religiosa já que os personagens Nilo Argolo e o delegado Pedrito Gordo perseguem Archanjo e o candomblé. O professor Argolo é adepto da teoria ariana e faz Archanjo perder o emprego na universidade de medicina e ser preso  por suas ideias sobre a mestiçagem cultural brasileira.  O personagem Tadeu Canhoto, um dos filhos de Archanjo e também mulato, é descriminado pela família da noiva Ludimila, moça loura e de olhos azuis.
Mas o preconceito não vence totalmente. Nilo Argolo morre. O delgado perde o cargo e é expulso do terreiro por Ogum, num dos episódios fantásticos e cômicos da narrativa. Tadeu e Ludmila conseguem se casar mesmo contra a vontade da família da moça. Tadeu, rapaz esforçado e formado em Engenharia, acaba representando o mestiço que luta contra o racismo para vencer na vida.
É muito interessante que Jorge Amado escreva esse romance em que retrata o caráter mestiço da sociedade brasileira com toques de fantástico em 1968, época em que estas questões culturais e raciais estavam em voga com o movimento pelos direitos civis dos negros nos EUA e durante a ditadura militar no Brasil. Vale notar que o fato de a peça sobre a vida de Archanjo a ser encenada pelo poeta Fausto Pena e seus colaboradores não sair do papel é uma metáfora da censura do regime militar. Além disso, um desses colaboradores dessa peça sobre a vida do protagonista é partidário dos Panteras Negras, movimento que pregava a separação entre brancos e negros nos EUA. Amado caricatura o personagem e luta exatamente contra essa mentalidade intolerante e prega a aceitação da mistura de raças. Foi um ato de coragem de Amado publicar esse romance, que é uma defesa da mestiçagem brasileira e da cultura popular, num período tão conturbado.


domingo, 3 de março de 2013

Encontro com Rei Arthur


28 de maio de 2008
          Dia de céu azul e calor no Rio. Ansiosa, acordo e penso: “É hoje! Vou realizar meu sonho!!”
           À tarde, me visto de vermelho e preto. Acompanhada de minha irmã Cândida e minha empregada Elha, vou de carro à praia do Leblon encontrar o Moraes e outros sortudos torcedores do Flamengo. Afinal, de lá partimos para encontrar nosso maior ídolo no CFZ no Recreio.
          Moraes, organizador do encontro com Zico, orienta minha irmã quanto ao melhor caminho para chegarmos ao nosso destino. Eles decidem ir pela Avenida Niemeyer. A vista deslumbrante do mar me encanta, mas não diminui minha adrenalina.
          Passamos pela Barra num longo caminho até o Recreio e finalmente chegamos ao Centro de Futebol Zico.
          Encontro outros torcedores do Flamengo inclusive a jornalista Mary, que acabou se tornando minha amiga por também ser fã do Galinho e frequentar o antigo blog no site do nosso ídolo que nos permitia conversar com ele online.
          Meu coração dispara ao ver Zico vestindo uma camisa com listras finas azuis e bermuda jeans. Pacientemente e debaixo de sol forte, o grande craque atende a todos os torcedores com um sorriso no rosto e autografa uma infinidade de mantos sagrados e ainda nos dá de presente um exemplar de sua autobiografia. Generosidade e simpatia pura!
          Eu e os outros súditos do maior ídolo da história rubro-negra não resistimos e o ovacionamos:
— Zico!!! Zico!!!
Quando chega a minha vez de saudar o grande Rei Arthur, meu coração parece que vai sair pela boca e minha perna treme. Ele aperta minha mão e me pede calma. Impossível! Como num filme, revejo lances antológicos que marcaram minha infância: os golaços de falta como a folha seca contra a Escócia na copa de 82 e a cobrança perfeita contra o Cobreloa na decisão da Libertadores em 1981; o lançamento de mestre para Nunes no primeiro gol na decisão do Mundial Interclubes contra o Liverpool no mesmo ano, o gol contra o Santos na final do Brasileiro de 83, outro gol de falta na goleada contra o rival Fluminense em 1986... Com a voz embargada, digo:
—— Muito obrigada por tudo que fez pelo Mengão! Adorei a goleada de 4 a 1 sobre o Fluminense em 86!!!
Humilde, o grande craque brinca comigo e ainda me agradece por escrever no antigo blog do site Zico na Rede.
— Imagina, Zicão, quem tem que ser grata por tudo que você fez sou eu e toda a torcida do Flamengo!!!
Solícito, o grande camisa 10 da Gávea tira fotos com os torcedores, inclusive eu e minha empregada Elha, que somos flamenguistas de coração e até com minha irmã, que é tricolor.
Sinto vontade de gritar e de pular, mas como sou cadeirante, me contento em imaginar o salto no ar como o próprio Galinho fazia para comemorar seus gols! Um êxtase me invade! Nunca senti tamanha felicidade!!
Volto para casa levitando e com o coração a mil!!
Realizei meu maior sonho!!! Minha irmã, muito obrigada por ter me acompanhado ao CFZ!! Muito obrigada, Moraes! Muito obrigada, meu ídolo!!!!
Por isso, Zico eu não podia deixar de escrever esse texto no dia do seu aniversário de 60 anos! Muita saúde e paz sempre para você e sua família!