quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Um Natal diferente

Na véspera do Natal, minha irmã mais velha sentenciou:


— É melhor fazer a ceia de Natal aqui em casa porque tem ar condicionado na sala e hoje o calor está de matar!!


Mesmo preferindo que a comemoração de Natal fosse em minha própria casa, eu, a irmã caçula, acatei a decisão dos meus irmãos e da minha mãe, aliviada por não ter trabalho de fazer os preparativos da festa.


Na hora combinada, os comes e bebes foram levados para o local da ceia. Na porta do apartamento, um belo Papai Noel recepcionava os convidados.


Todos conversavam animadamente degustando os belisquetes natalinos: nozes, castanhas, figos, damascos e frutas cristalizadas, torradas com queijo e bolinhos de bacalhau . De repente, a luz acabou.


Minha irmã ficou nervosa e reclamou com meu cunhado, que tinha ligado todos os aparelhos de ar condicionado da casa ao mesmo tempo:


— Não falei que não era para fazer isso, Caaaaaarrrrlos! E agora???!!!


Chegada a hora da ceia, o jeito foi improvisar umas velas e relaxar. Não dava para ver o prato direito e na hora de se servir foi preciso apelar para o olfato para não confundir as iguarias: bacalhau à portuguesa, tender à califórnia e peito de chester com batatas recheadas com ricota. Mas minha irmã, preocupada com os convidados, não conseguia se conformar:


Esta muito quente aqui! Ninguém vai conseguir comer!!


Amante do escaldante verão carioca, tentei acalmá-la:


—Senta para comer e esquece a falta da luz. As velas deram um ar de romance e de intimidade ao Natal. Relaxa!!


—Não sei como você gosta desse calor senegalês!


Minha sobrinha também fez coro:


Calma. mãe! A comida está ótima!


—Os convidados, embora suados, bebiam cerveja, água e espumante e aproveitaram o momento em família.


Na hora da sobremesa, a luz voltou e as rabanadas, o panetone, as maravilhosas empadas de chocolate, a deliciosa árvore de chocolate e as cerejas foram servidos e só nesse momento a dona da casa se acalmou.


Na hora da troca de presentes, fizemos um amigo oculto diferente com chocolates finos e um convidado podendo roubar o presente do outro: bombons, nha bentas, guirlandas de chocolate e cestas de chocolate, além de produtos lindt foram o centro das atenções nesse natal à luz de velas em pleno verão carioca.





terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Resenha do livro 1981: o primeiro ano do resto de nossas vidas, de Maurício Neves de Jesus (com Arthur Muhlemberg e Lucas Dantas) Editora Livros de futebol.com

O livro 1981: o primeiro ano do resto de nossas vidas, de Maurício Neves de Jesus (com Arthur Muhlemberg e Lucas Dantas) rememora em detalhes o ano mais importante da história rubro-negra.


Escrito em forma de diário, em linguagem fácil e em terceira pessoa, o livro recorda cada treino e cada jogo do Mengão no ano de 1981, as trocas de treinador, as vitórias nos clássicos, o difícil primeiro semestre e as grandes conquistas ocorridas em novembro e dezembro daquele ano fantástico: a Libertadores, o campeonato carioca e o Mundial Interclubes. Além disso, o livro retrata partidas da Seleção Brasileira em que jogadores do Flamengo como Zico, Júnior, Leandro, Vitor e Mozer jogaram e menciona as conquistas rubro-negras na natação e no vôlei. O livro também relata momentos tristes vividos naquele ano como a morte de Cláudio Coutinho.

Muito bom o poder relembrar o Fla-Flu vencido pelo Mengão no dia do aniversário do Clube, a goleada no Botafogo, as batalhas contra o Cobreloa pela conquista da Libertadores e a grande vitória sobre o Liverpool em Tóquio.

Me identifiquei muito com o subtítulo do livro, já que comecei a torcer pelo Flamengo exatamente em 1981, aos cinco anos de idade. Influenciada por meu padrinho rubro-negro, primos flamenguistas, o futebol fantástico de craques como Zico, Adílio, Andrade, Júnior, Leandro, Raul, Mozer, Marinho, Tita, Nunes e Lico e apaixonada pelo vermelho e preto do manto, contrariei meu irmão tricolor e virei uma rubro-negra fanática, que ficaria mais encantada ainda pelo Mengão e pelo futebol com as conquistas do Brasileiro de 82 e 83 e com o futebol arte da Seleção de 82.

Os textos sobre cada herói daquele timaço campeão mundial e as fotos incríveis fecham o livro, outra bela homenagem mais do que merecida ao maior time da história do clube mais querido do Brasil e mais uma obra imperdível para quem é Flamengo de coração.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Resenha do livro 1981, de Mauro Beting e André Rocha, publicado pela Editora Maquinária em 2011

O livro 1981 : como um craque idolatrado, um time fantástico e uma torcida inigualável fizeram o Flamengo ganhar tantos títulos e conquistar o mundo em um só ano  reconstrói a trajetória do espetacular time rubro-negro da década de década de 80, campeão carioca, brasileiro, sulamericano e mundial.

O bom é que o livro escrito por Mauro Beting e André Rocha não aborda só as conquistas da Libertadores, do campeonato carioca e do Mundial Interclubes ocorridas há 30 anos. A obra trata também do período de formação daquele timaço, entre 1975 e 77, lembrando a morte de Geraldo em 1976 , a manutenção da base do grande time, apesar de a equipe não ter conquistado nenhum título nesse período e o pacto firmado pelos jogadores rubro-negros após a perda do título carioca de 1977.

Além disso, o livro trata com minúcia das inovações táticas de Cláudio Coutinho, como o overlapping, o ponto futuro e a tática da “teia de aranha ”na qual o time jogava em bloco, “cercando o adversário pelos lados do campo e evitando a inversão de jogo” (p. 29), valorizando a pose de bola.

O livro também recorda o terceiro tricampeonato carioca (78-79-79 Especial ) e relembra passo a passo as conquistas do Flamengo entre 80 e 83 , contendo explicações com explicações táticas detalhadas de jogos do Mengão. Ainda criança, fiquei encantada com o futebol espetacular do timaço formado por Raul , Leandro, Marinho (Figueiredo), Mozer, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes e Lico e também por influência de meu padrinho e de meu primo me tornei uma flamenguista apaixonada exatamente em 1981. Com o livro de Mauro Beting e André Rocha, pude entender os aspectos táticos do futebol ofensivo, mágico e vencedor do supertime rubro-negro que marcou a minha infância e entrou para a história do Flamengo e do futebol mundial.

Outro ponto interessante é a comparação entre o time campeão do mundo em 81 ao Barcelona de hoje pelo toque de bola e ofensividade característicos dos dois grandes times. Tenho certeza que no duelo entre Zico e Messi imaginado pelos autores, o Mengão da década de 80 venceria.

O livro de Mauro Beting e André Rocha é uma bela homenagem ao grande time do Flamengo da Era Zico, o mais importante da história do clube e uma das maiores equipes do futebol mundial, a maior que vi jogar, ainda que tenha sido só pela TV ou rádio.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

30 anos da conquista do Mundial

Há 30 anos , o Mengão deu um baile no Liverpool, campeão europeu na época, sagrando-se campeão do mundo em Tóquio.
Na base do toque de bola, o fantástico time rubro-negro fez 3 a 0 ainda no primeiro tempo. Zico fez um lançamento espetacular para Nunes, que estava no lugar certo para receber a bola , entrou na área e marcou o primeiro gol . No segundo  gol, Adílio marcou, aproveitando o rebote da falta cobrada pelo Galinho.  No terceiro, após outro lançamento milimétrico do  eterno camisa 10 da Gávea, Nunes chutou cruzado e liquidou a fatura aos 41 minutos de jogo.
Eu era criança na época e não vi o jogo. Só soube do resultado no dia seguinte, quando meu irmão tricolor me contou da conquista do Mundial Interclubes e fiz a maior festa!
Foi exatamente em 1981 que eu decidi ser Flamengo e não Fluminense como meus pais e irmãos. Meu padrinho José e meu primo Zé Luiz tiveram atuação decisiva na minha acertada escolha assim como o futebol mágico e ofensivo do timaço formado por Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Junior, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes e Lico. Ficava encantada com as jogadas e os gols geniais de Zico, os dribles do Adílio, a habilidade de Leandro, a raça de Junior, a classe do Andrade, a segurança de Mozer na defesa, os gols de Nunes e virei uma ''flanática'' convicta.
 Por isso,  eu não podia deixar de escrever sobre essa conquista aqui no blog nem deixar de comparecer à merecida e bonita homenagem a essa geração campeã mundial ,sul-americana, brasileira e carioca  realizada na Gávea. Foi muito legal!