Meu irmão mais velho, que nos anos
80 ouvia Queen, Supertramp, Pink Floyd , Michael Jackson e outros grandes nomes
do pop e rock, num dia de 1987 que mudaria minha vida para sempre sabiamente me
recomendou:
—
Ouve essa fita aqui. É muito bom!
Olhei para capa azul clara com um
violão prateado (que depois descobri ser um dobro) sem ter ideia da felicidade suprema
que aquele lindo céu azul me traria.
—
Vou escutar agora!
Coloquei
a fita no som e algo mágico aconteceu.
—
Já ouvi essa música. Que legal! Que banda é essa? Não entendia nada de inglês
na época. Mas amei a melodia de So far
away!
Na
faixa seguinte uma guitarra alucinante e uma bateria potente me impressionaram:
—
Caramba! Que baterista é esse? Que guitarrista fantástico é esse? Money for nothing me contagiou com o
vírus do fascínio e da curiosidade.
Comecei a dançar arrebatada pelo
ritmo de Walk of life, que até hoje é
a minha música favorita do Dire Straits. Mark , John, Alan, Guy, Terry (Omar
Hakin) e Jack me fisgaram com um som perfeito. Foi o início da paixão de uma
vida inteira. Mas ainda havia muito a descobrir na brilhante trilha da maior
banda de rock britânico que conheço. Quando já estava com inglês fluente
descobri que a letra fala de um músico querendo fazer sucesso.
Adorei
o sax de Your latest trick! Mágico e
sensual!
Why Worry me desconcertou! Amei o piano, o violão,
a melodia, a letra! Tudo perfeito! Já a usei muitas vezes para acalmar meu
pavio curto e nervosismo! É meu mantra knopfleriano! Ouvi tanto Why Worry que gastei a fita! Comprei
outra depois! Não consigo ficar sem ouvir meu disco favorito por muito tempo.
Ride across the river me intrigou com a melodia engraçada
própria para uma letra que fala de guerrilha.
The man’s too strong me impressionou pelo violão e bateria
alucinante. A letra é a confissão de um ladrão com tom irônico!
One World traz mais uma vez a guitarra fantástica de
Knopfler que me faz ter vontade de saltar da cadeira. Mas o jeito é dançar com
os braços e a cabeça e curtir meu álbum favorito.
Em
Brothers in arms, a faixa-título,
Mark faz a guitarra chorar no brilhante hino contra a guerra e a violência em
uma de suas letras mais poéticas e que sempre me emociona. É a canção do Dire
que mais cala fundo em minha alma e fecha o álbum com maestria absoluta.
Naquele
tempo não havia google nem you tube. Fiquei escutando a fita de
maneira viciante. Até que no ano seguinte chegou às lojas a coletânea Money for nothing e programas de tv
começaram a contar a história do Dire. Vi a banda pela primeira vez quando a
antiga TV Manchete passou o show de Wembley da tour do Brothers in arms!
Não lembro direito em que ano foi, mas fiquei alucinada e hipnotizada com a
magia de Mark na guitarra, a precisão de John no baixo, a bateria potente de
Terry, a alegria contagiante e a competência de Jack na guitarra base, a maestria
e a sutileza de Alan nos teclados, os backing
vocals suaves de Jack, John e Guy, que também toca como tecladista e o sax
fantástico de Chris. Fiquei ainda mais apaixonada pelo Dire Straits.
Fiquei
tão ansiosa para ouvir a coletânea Money
for nothing e pedi tanto que minha mãe me deu a fita antes do Natal de
1988. Outro momento mágico e inesquecível!
Corri
para o som para ouvir!
Fiquei
impactada pelo solo fantástico de Sultans, o solo misterioso e poético de Down to the waterline, a beleza de Portobello belle ao vivo, o swing de Twisting by the pool, o lirismo e a poesia de Tunnel of love com piano
e a guitarra espetaculares, a
delicadeza de Romeo and Juliet , o ar
de mistério e ciúme de Where do you think
you’re going, o som diferente e arrebatador de Private investigations em que Mark, John e Alan demonstram um
talento descomunal, a melodia e o piano e a guitarra arrasadoras e a letra
épica de Telegraph road, que fui
entendendo aos poucos à medida que fui aprofundando meu conhecimento de inglês.
Foi a primeira vez que ouvi todos esses clássicos do Dire Straits além de
curtir a alegria de Walk of Life e Money for nothing e da bela Brothers in arms, que já corriam em minha
veias. Foi com o encarte de Money for
nothing que descobri o nome dos álbuns da banda comandada por Knopfler e
tive acesso às letras das músicas, que fui decifrando com a ajuda dos meus
professores de língua inglesa.
Aos quinze anos em 1991 ganhei toda a
discografia dessa grande banda como presente de aniversário e mergulhei fundo
no mundo direstraitiano. Os álbuns Brothers
in arms e Money for nothing me marcaram muito e mudaram
minha vida para sempre. A febre que me causaram é boa e não tem cura. Tornou
minha vida mais feliz. Ouvir Dire Straits e Mark Knopfler me dá alegria, paz
e vontade de conhecer o Reino Unido. Sem Dire fico mais estressada do que já
sou. Quando estou muito tensa recorro a Knopfler. Só a música desse gênio da
guitarra me acalma e por isso no Dia Mundial do Rock presto a devida homenagem
ao Dire Straits.
Pretendo
fazer aqui nesse blog uma análise de cada álbum do Dire na medida do possível.
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