quarta-feira, 11 de setembro de 2013

22 anos do lançamento de On every street



On every street, o sexto e último álbum de estúdio de minha banda de rock preferida, Dire Straits, foi lançado há 22 anos. A expectativa era muito grande entre os fãs. Seis longos anos de espera. O álbum anterior de inéditas da banda lançado em 1985, Brothers in arms, e que me fez ser apaixonada pela banda britânica, vendeu 20 milhões de cópias em todo mundo. Um sucesso estrondoso que fez o Dire Straits rodar o mundo e atrair multidões.  Lembro que estava tão ansiosa que meu irmão comprou o álbum para mim em fita cassete no dia do lançamento mundial e depois em CD. Foi o primeiro álbum de estúdio do Dire que ouvi em CD.
Só que On every street é muito diferente de seu antecessor cheio de hits. É um disco no qual Mark Knopfler, John Illsley, Alan Clark, Guy Fletcher, Chris White e os novos integrantes Phil Palmer, Jeff Porcaro/Chris Whitten, Paul Franklin e Danny Cummings misturam rock, blues, country e folk .Tudo vira magia no caldeirão musical temperado e chefiado por  Knopfler, o gênio da guitarra e das composições magistrais. Phil Palmer e Paul Franklin caíram como uma luva nessa fase da banda com tantas misturas e influências musicais.
A faixa de abertura, Calling Elvis, é uma homenagem para um dos ídolos de Mark com uma guitarra fantástica e potente. Ficou maravilhosa ao vivo mesmo com o fraco Chris Whitten na bateria, já que Porcaro faleceu e para minha tristeza Terry, meu baterista favorito e membro do Dire entre 1982 e 1988, não estava mais na banda. O clipe com os Thunderbirds é bem bolado. Passava horas vendo-o na MTV brasileira.
On every street é uma linda canção de amor em que Mark e Alan demonstram toda genialidade com uma letra sensível e um piano que me acalmam sempre e tocam fundo na alma.
When it comes to you é uma canção muito legal sobre um relacionamento agonizante.
Fade to black é um blues maravilhoso e sensual. Um dos pontos altos do álbum, junto com Calling Elvis, On every street e Planet of New Orleans. Poderia ter sido mais explorada ao vivo.
The bug é uma música animada sobre um jogo estranho e tem um pé no country.
You and your friend tem um solo de guitarra lindo.
Heavy fuel é um ótimo rock pesado sobre um cara engraçado que gosta de beber e fumar. O clipe tem um roadie maluco e é hilário.
Iron hand é uma bela canção acústica sobre a batalha de Orgreave, confronto entre os mineiros em greve  e a polícia britânica ocorrido em 1984. Mais uma linda música de Knopfler sobre a violência.
Ticket to heaven trata dos pastores que tiram grana dos fiéis os iludindo com o paraíso. Um mergulho no country.
My parties me diverte com a letra inusitada e o sax de Chris. Dá uma pitada de jazz e blues ao disco.
Planet of New Orleans é magnífica: letra linda, guitarra e sax fantásticos em que Mark explora como ninguém suas influências americanas. Alucinante quando tocada ao vivo. A versão do show de Dortmund em 1991 me tira o fôlego.
How long fecha o disco com o country e o folk que no futuro se tornariam a tônica da carreira solo de Mark junto com o toque celta.

Demorei a entender esse álbum porque na época em que ele foi lançado eu era adolescente e queria um disco de rock. Só quando virei balzaquiana entendi a importância da mistura de ritmos — rock, blues, folk, country, um toque de jazz — e sua inovação na história do Dire e de Mark Knopfler. Na carreira solo Mark mergulhou fundo nesse mix musical que fechou com chave de ouro a trajetória de sucesso da maior banda britânica do pós-punk.

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